ESG é o acrônimo para Environmental, Social e Governance, no português é Ambiental, Social e Governança. Nesse acrônimo nós temos a comunicação consolidada de temas ligados a responsabilidade ambiental, a responsabilidade social e a responsabilidade de governança. A anáfora utilizada, com a repetição da palavra “responsabilidade”, é proposital para chamar atenção ao que deve ser o cerne embarcado no conceito “ESG” para humanidade.
No mandato cultural original ao ser humano Deus criou um cenário colocou o Homem e o ordenou a cuidar e a cultivar esse que era o Jardim do Éden (Paraíso), além de cuidar do jardim, outra ordem mais adiante foi para que o homem cuidasse do seu irmão.
A palavra cultivo é derivada do mesmo radical de culto, cultura. Do latim cultura, culturae, que significa “ação de tratar”, “cultivar”.
Originalmente, a palavra culturae se originou a partir de outro termo latino: “colere, que quer dizer “cultivar as plantas” ou “ato de plantar e desenvolver atividades agrícolas”.
Em termos mais simples, o Homem cultua a Deus por meio daquilo que ele cultivava no jardim, assim, culto tem mais a ver com um modo de vida do que com um rito em si.
Na jornada de avanço para sociedade moderna, com a revolução agrícola, com o advento da indústria e de novas tecnologias, iniciou-se um longo ciclo de desenvolvimento e de bem-estar da humanidade. No trajeto surgiram alguns efeitos colaterais que afetaram as principais responsabilidades do Homem, que é o cuidado com todo o cenário/ambiente em que ele estar inserido e o cuidado com o seu irmão.
Em um processo importante de freios e contrapesos surgiram movimentos para equilibrar o cabo de força entre o desenvolvimento e o cuidado que o Homem deve ter com todas as partes interessadas. Então, como o meio corporativo tem papel singular nas ondas de transformação da sociedade, tivemos a evolução da teoria de propriedade, o surgimento de um modelo de governança de stakeholders, o movimento para um capitalismo consciente e mais recentemente a congregação de todas essas boas práticas nas temáticas ESG.
Em 2004 o termo ESG foi cunhado em uma publicação do Banco Mundial chamada “who cares wins”, ou seja, “quem se preocupa/cuida ganha” em parceria com a ONU e Instituições Financeiras responsáveis pela gestão de trilhões de dólares. O propósito era obter o apoio das Instituições Financeiras para buscar a melhor forma de integrar os fatores ESG ao mercado de capitais.
Colocando os ruídos e extremismos que possam existir em torno de abordagens ESG de lado, o cerne do conceito é transformador. É uma volta a origem do mandato cultural dado ao Homem para cuidar do seu irmão e de toda natureza criada.
O escritor, filósofo e teólogo Paulo de Tarso em sua epístola para os Romanos no século I d.C diz que “A natureza criada aguarda, com grande expectativa, que os filhos de Deus sejam revelados. Pois ela foi submetida à futilidade, não pela sua própria escolha, mas por causa da vontade daquele que a sujeitou, na esperança de que a própria natureza criada será libertada da escravidão da decadência em que se encontra para a gloriosa liberdade dos filhos de Deus.”
Os filhos de Deus são herdeiros e coparticipantes da criação divina e devem zelar por ela. Ao integrar os fatores ESG nas operações as empresas se comprometem com um desenvolvimento sustentável e responsável com toda ordem criada e sua perenidade.